Dialogando com o Coração - do Medo ao Amor...
- Janay Cozendey
- 9 de nov. de 2018
- 3 min de leitura

Os SENTIMENTOS na Infância
“ Crescer emocionalmente é complicado e difícil em qualquer circunstância, mas pode ser especialmente difícil quando o comportamento e a aparência da criança falam adultos e seus sentimentos choram crianças. ”
David Elkind
A educação emocional é um processo no qual o ser humano aprende a identificar e nomear sentimentos e emoções, para em seguida ser capaz de expressá-los.
As emoções estão presentes desde o nascimento e permeia toda a vida do ser humano.
O pesquisador americano, Frederic Skinner, sugeriu em 1974, que os sentimentos são sensações corporais, produtos colaterais das contingências [ resultados paralelos de possíveis agrupamentos], inerentes à espécie humana, porém a capacidade de nomear esses sentimentos é produto de APRENDIZAGEM e tem sua origem no contexto social [família, comunidade] ao qual a criança está inserida.
A aprendizagem é um processo social que enfatiza o DIÁLOGO. Esse diálogo acontece a partir da linguagem (não verbal e verbal), o qual está relacionado ao desenvolvimento humano desde o cognitivo mental, psicoemocional, até o biofísico.
O diálogo humano dá-se inicialmente pelo contato sinestésico mãe/filho, sendo estendido e compartilhado com o pai e demais familiares posteriormente, evoluindo assim para os diversos grupos sociais em que o ser humano encontra-se inserido.
Essa aprendizagem do mundo externo ao seu redor é adquirida por suas percepções que irá constituir seu mundo interior, que são suas crenças, ideias e valores, os quais moldam a identidade do indivíduo, e esses ditam as regras do pensar e agir da criança nos diferentes e diversas situações e experiências do seu cotidiano socioambiental.
É nesse contexto de relacionamento interno que interagindo com o ambiente externo que o ser humano se desenvolve e aprende a ser e a conviver com os demais seres.
Por que então a importância de uma criança saber identificar e nomear seus sentimentos?
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Consideremos que o ser humano investe em si mesmo, através do qual ele vai construindo o seu processo de identidade, da sua maneira de ser e de comportar perante as pessoas, a sociedade e a vida de uma maneira geral.
Esse investimento é tanto das emoções [alegria, raiva, tristeza, dor, medo, etc...], quanto dos sentimentos [ saudade, solidão, admiração, amor, etc...].
Percebemos, portanto o quanto é importante que a criança consiga reconhecer, identificar, nomear ou expressar seus sentimentos e emoções para saber qual a maneira mais eficaz de lidar com eles.
Adquirindo assim uma maior habilidade na elaboração de estratégias para lidar com certas situações, que enfrentará durante o seu processo de desenvolvimento relacional e ao longo de sua vida.
Qual a origem das emoções afetivas?
Harry F. Harlow (1905-1981) foi um psicólogo norte-americano que ficou conhecido pelas suas experiências sobre a privação maternal e social em macacos Rhesus, e que demonstraram a importância dos cuidados, do conforto e do amor nas primeiras etapas do desenvolvimento.
Seu experimento nos demonstrou que o apego de mãe-filho é muito mais do que uma forma de criança obter a alimentação, aliviar a sede e evitar a dor.
O aleitamento é uma variável de importância negligenciável, porém o acolhimento é uma variável de enorme importância no desenvolvimento da afetividade.
É na experiência do aconchego com a mãe que a criança encontra a satisfação dos seus desejos e o calor da intimidade onde tudo é seguro, numa espécie de paraíso original.
A tradição psicanalítica deixou claro que o pai é responsável pela primeira e necessária ruptura da intimidade do apego mãe/filho e a introdução do filho num outro continente, o transpessoal, dos irmãos, dos avós, dos parentes e de outros da sociedade.
É neste momento que se instaura um processo de fundamental importância para a psique da criança com consequências para toda a vida: o reconhecimento da autoridade e aceitação do limite.
Mas o que é o AMOR?
“Ainda no processo inicial da alfabetização aprendemos que AMOR é um substantivo abstrato, mas não aprendemos qual a sua substancia. O substantivo concreto é aquele que designa um objeto ou um ser: porém, o substantivo abstrato é aquele que nomeia ações, qualidades ou estados considerados separados dos seres e objetos. Onde, então?” (Mario Sérgio Cortella: Não Espere Pelo Epitáfio! 2005)
Existe uma linha tênue da emoção afetiva primária (apego) para evolução do amor (incondicional).
Dentre todas as bênçãos que recebemos da vida e pelas quais temos motivos de sermos gratos, a maior delas é a capacidade amar e ser amado.
O amor é mais que um simples sentimento: ele consiste num conjunto de emoções e atitude, que uma pessoa pode experimentar em relação aos mais diferentes objetos, ideias ou seres vivos, principalmente em relação a outras pessoas.
Portanto, a capacidade de amar é mais que um sentimento, pois implica também no comportamento ou atitudes de ser humano numa relação. Por isso afirmamos que a capacidade de AMAR precisa ser desenvolvida e aperfeiçoada através do aprendizado.
Coach JCozendey
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